São muitas as razões que levam os pais a dormir junto com seus bebês. Comodidade, praticidade, culpa (por trabalharem fora até tarde), pena, frio e insegurança são algumas das mais recorrentes. E não há como negar o quanto essa atitude é gostosa e cheia de amor, tanto para os pais quanto para os filhos. Mas é preciso tomar cuidado.
A morte súbita é uma fatalidade de origem ainda desconhecida. No entanto, já são conhecidas algumas causas mais comuns entre as crianças que perderam a vida dessa forma: prematuridade, mães fumantes, consumo de álcool e drogas durante e após a gestação e posição de bruços na hora de dormir.
Pesquisa realizada na Universidade de Warwick e publicada no British Medical Journal, na Inglaterra, comparou um grupo de 80 crianças falecidas por morte súbita com dois outros grupos: um com 87 crianças escolhidas como controle e outro de 82 crianças de grupo de risco para morte súbita (mães jovens, fumantes, multíparas, com baixo nível sócio-econômico).
Alguns resultados chamaram bastante atenção:
- A média de idade do óbito (66 dias) era cerca de três semanas menor do que estudo anterior realizado na mesma região 10 anos antes.
- 54% das crianças que faleceram estavam dormindo com os pais, em comparação com uma média de 20% nos grupos de controle. Duas explicações ajudam a entender melhor essa situação: uso de drogas ou álcool antes de dormir (31% comparado com 3% dos grupos controles) e dormir juntos em sofá (17% contra 1% nos controles).
- 20% usavam travesseiro (3% no grupo controle) e 25% estavam embrulhados (contra 6% dos controles).
- 60% de fumantes na gestação (14% nos controles), 26% de prematuridade (5%) também foram fatores importantes, assim como posição de barriga para baixo para dormir (29% vs. 10% nos controles).
A conclusão desse estudo mostra a importância que o hábito de dormir junto com os filhos, especialmente nos primeiros seis meses de vida, pode ter como causa de síndrome de morte súbita infantil, apontando especialmente o uso de álcool e drogas e o sofá como principais responsáveis neste quadro, sugerindo que se evite essa prática.
*Dr. Yechiel Moises Chencinski é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especializado em Pediatria pela Santa Casa de São Paulo e em Homeopatia pelo Centro de Estudos, Pesquisa e Aperfeiçoamento em Homeopatia (CEPAH). Site: www.drmoises.com.br. Twitter: @doutormoises
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