Infertilidade. Drogas podem impedir usuário de ter filhos
Uma das causas da infertilidade, "e que normalmente só será descoberta quando o casal estiver com dificuldades para ter um filho", é o uso de drogas, ainda que esporádico. Para quem acredita que o problema atinge apenas usuários de drogas "pesadas", como heroína, cocaína, crack e ecstasy, a doutora Silvana Chedid, diretora da clínica Chedid Grieco e chefe do setor de Reprodução Humana da Beneficência Portuguesa (SP), diz que maconha, tabaco, álcool, anabolizantes e até mesmo algumas drogas prescritas, podem interferir bastante na capacidade reprodutora de homens e mulheres.
"As drogas são responsáveis pela maioria dos casos em que a investigação da infertilidade se mostra complexa. Até mesmo medicamentos para depressão e pressão alta oferecem riscos aos pacientes, indo além da perda de libido. Eles podem reduzir a quantidade de espermas, gerar problemas de ereção e desregular a menstruação", diz a médica.
Silvana Chedid revela como as drogas podem comprometer o sonho de um casal que está tentando gerar um filho:
Álcool - "O álcool compromete o sistema reprodutor de homens e mulheres. Quem ingere bebidas alcoólicas com regularidade poderá apresentar desequilíbrio hormonal, afetando tanto a produção de esperma como a ovulação. Nas mulheres, o álcool pode provocar defeitos na fase lútea, anovulação e amenorréia. Nos homens, o mais comum é a redução drástica na quantidade e na qualidade de esperma".
Fumo - "O tabaco afeta igualmente homens e mulheres. Apesar de serem bastante conhecidos os riscos que o fumo oferece durante a gestação, pouco se fala sobre o quanto o cigarro pode impedir a concepção. Isso vale também para as gomas de mascar utilizadas por quem está tentando reduzir o fumo. Como o álcool, o cigarro também reduz drasticamente as chances de um casal ter filhos, comprometendo a quantidade e a qualidade do esperma. Mulheres fumantes também costumam apresentar mais problemas de abortos espontâneos".
Maconha - "Estudos realizados a partir de 2003 apontam cientificamente o quanto a maconha afeta o sistema reprodutor de seus usuários, resultando em baixa contagem de esperma e redução do volume de sêmen. Além disso, por conta de um ingrediente ativo da maconha (tetrahydrocannabiol THC), os espermatozóides que conseguem entrar no canal vaginal tendem a perder força antes mesmo de se aproximarem do óvulo, resultando na incapacidade de fecundação".
Cocaína, heroína, crack e ecstasy - "Essas drogas podem levar à infertilidade permanente, se usadas por tempo prolongado. No homens, costumam reduzir a libido, aumentar o número de espermatozóides defeituosos e levar à baixa contagem de espermas. Nas mulheres, as drogas podem resultar em disfunção ovulatória, irregularidades menstruais e diminuir a reserva ovariana, comprometendo seriamente a capacidade de engravidar".
Anabolizantes - "Os esteróides anabolizantes, tão na moda entre aqueles que querem ganhar massa muscular rapidamente, são derivados da testosterona e podem afetar a fertilidade permanentemente. Além da disfunção erétil e da atrofia dos testículos, o uso de anabolizantes pode diminuir a produção de esperma e aumentar a quantidade de espermatozóides defeituosos. Nas mulheres, além de ganhar traços masculinos, os esteróides podem interferir na ovulação e interromper a menstruação".
Fonte: Dra. Silvana Chedid, ginecologista especialista em Medicina Reprodutiva, diretora da clínica Chedid Grieco e chefe do setor de Reprodução Humana da Beneficência Portuguesa, em SP.
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