Em cada mil recém-nascidos, um nasce com a deformidade do Pé Torto Congênito (PTC). “O pé torto envolve a má-formação dos ossos, ligamentos e tendões. Em alguns casos, ele tem ligação com outras formações congênitas – que vêm desde o nascimento – como, por exemplo, algumas síndromes”, explica a ortopedista pediátrica, Dulce Egydio de Carvalho, do Hospital Infantil Sabará. Essa deformação ocorre duas vezes mais em meninos do que em meninas. A explicação para isto ainda é uma incógnita à ciência. Além dessa diferença entre os sexos, 50% dos casos de PTC são bilaterais, ou seja, acontecem em só uma das perninhas do nenê.
2. Quais são as causas do Pé Torto Congênito?
As causas ainda não estão totalmente esclarecidas, mas há, sem dúvidas, um fator genético. “O pé torto pode ser ocasionado devido à má postura do neném ainda dentro do útero e o PTC decorrente disto é conhecido como pé torto postural, que, muitas vezes, regride espontaneamente”, esclarece Egydio. O tipo mais comum dessa anomalia é o PTC propriamente dito ou o idiopático, presente em crianças normais com alterações exclusivas nos membros inferiores. Existe também a forma neurogênica, normalmente associada com uma manifestação conhecida como mielomeningocele, uma má-formação da coluna vertebral. Há ainda o tipo sindrômico, que tem relação com outras anomalias genéticas.
3. Como é o tratamento?
Durante o tratamento, o bebê usa talas de gesso “modelados” dos pés à virilha durante dois meses. As imobilizações gessadas são trocadas semanalmente, para que a correção seja progressiva. Após o término desta etapa, é necessário o uso de um calçado especial durante 23h por dia nos primeiros meses e, somente à noite, por 2-4 anos.“O ideal é que o tratamento comece o mais cedo possível, pois o sucesso do tratamento depende da idade do paciente e da rigidez dos pés”.
4. O tratamento sempre funciona?
De acordo com Egydio, o tratamento não-cirúrgico tem, aproximadamente, 90% de sucesso quando bem-executado pelo médico e seguido à risca pelos pais. Caso haja correção parcial do pezinho ou recidivas, as cirurgias são indicadas. As crianças mais velhas, por terem os pés mais rígidos, necessitarão de correção óssea, alongamentos dos tendões e músculos com contraturas.
5. Quais são as consequências caso o pezinho não seja corrigido?
“As principais consequências são: dor, deformidade progressiva, dificuldade para andar e calçar sapatos”, explica Egydio. É por isso que os especialistas sugerem que o início do tratamento não seja tardio, pois há grandes chances de eliminação da deformidade e de perfeição no passinho na criança.
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