Ficam aqui algumas causas principais que levam as crianças a serem mal comportadas, cujas raízes do problema estão normalmente ligadas à relação entre os pais e a criança.
Normalmente os problemas dos pais são:
Rejeição paternal
Súper proteção
Excesso de privilégios
Excesso de pressão
Problemas disciplinares
Modelos de pais impróprios
Rejeição paternal
Este é um dos grandes problemas que o nosso tempo produz, especialmente em casais onde ambos trabalham e estão comprometidos com as suas carreiras. E esta situação ainda se agrava mais quando não têm avós para cuidar deles em casa. Estas crianças anseiam pelo amor dos pais. Os motivos para isto acontecer incluem:
Incapacidade dos pais darem amor e afeto aos seus filhos em suficiente.
Falta de interesse dos pais em demonstrar interesse nas atividades e conquistas dos filhos.
Pais que passam pouco tempo com seus filhos.
O resultado pode ser:
Caráter agressivo nas crianças.
Abordagem pessimista dos filhos.
Crianças que estão sempre a chamar a atenção dos pais.
Crianças que se sentem sozinhas em casa, mesmo quando os pais lá estão.
Súper proteção
Os pais tentam dar aos seus filhos um ambiente extremamente seguro, o que impede que as crianças se adaptem ao meio envolvente. Isto é causado pela súper proteção dos pais. Crianças súper protegidas procuram sempre a ajuda dos seus pais e a sua mente está programada para que elas acreditem que os seus pais irão cuidar delas e dos problemas delas para sempre, e que elas não têm de se preocupar com nada.
O resultado pode ser:
Incapacidade da criança conseguir resolver problemas sociais.
Crianças que entram num estado de medo, o que pode ser muito perigoso.
Crianças com uma natureza submissiva.
Excesso de privilégios
Isto acontece muitas vezes quando os pais apenas têm um filho, sendo mais liberais com as suas atividades. No início pode parecer bom, mas a longo prazo pode ser problemático: uma criança mais privilegiada tenderá a ver a sociedade da mesma forma que os seus pais a trataram. O resultado é uma sociedade que não aceita este tipo de crianças, porque estas crianças tendem a ser mais orientadas para si mesmas, sem se preocuparem muito com os outros.
O resultado pode ser:
Crianças com um caráter egoísta.
Crianças menos pacientes.
Crianças que desenvolvem uma atitude agressiva, para conseguirem o que pretendem.
Pressão excessiva
Isto é causado pelos pais que exigem demasiado dos filhos. Por exemplo, quando as crianças não têm a capacidade ou talento ou quando as crianças aprendem uma atividade lentamente. Quando os pais decidem que a filha vai ser a melhor aluna, ou a melhor bailarina, e a criança aprende melhor mais devagar, ou prefere tocar piano, estarão a arruinar a capacidade da criança ser uma grande pianista ou aluna. Este tipo de conflito entre a criança e os pais, faz com que a criança sinta sentimentos de culpa.
Problemas disciplinares
A disciplina não deve ser inexistente, nem muito severa. Deve ser moderada, sendo feita de forma simpática em vez de forma agressiva. Pouca disciplina resulta numa criança agressiva e pouco social, muita disciplina resulta em medo, com crianças a detestarem os pais, e com caráter pouco social. Por isso, qualquer extremismo deve ser evitado.
Modelos de pais impróprios
Os pais são os modelos de qualquer criança. Se os pais tiverem boas qualidades, então será natural que as crianças sigam essas qualidades. Mas, se pelo contrário, os pais forem viciados em álcool, drogas, tabaco, tiverem problemas emocionais, podem afetar uma criança muito facilmente. Por vezes, pode gerar um modelo negativo: os filhos preferem não ser como os pais, o que é algo bom, mas ao mesmo tempo os pais também falharam com os filhos como bom modelo de pais, resultando em:
Problemas mentais.
Crianças vulneráveis a comportamentos de risco: drogas, álcool,...
Principais problemas de comportamento nas crianças
Crianças com comportamentos problemáticos como refilar, morder, exigir, gabar-se, ataques de raiva, etc., podem tornar-se irritantes aos olhos dos pais, porém, os pais devem ser pacientes o suficiente para ensinarem os seus filhos a parar este tipo de comportamento. Ficam algumas dicas para ajudar no comportamento – se o problema persistir deve considerar consultar um psicólogo.
Refilar
Crianças que criam disputas e desavenças repetitivamente, mostrando atitudes pouco simpáticas, tendo os pais de resolver os problemas com elas.
As crianças usam comportamentos violentos, como dar pontapés, para conseguir as coisas feitas para elas. Não ouvem a opinião ou conselho de ninguém, e são muito intransigentes com os seus pontos de vista. Nunca admitem os erros, em vez disso apontam para outros a causa dos seus problemas.
Os pais podem:
Ensinar a criança como terminar um conflito de forma fria e ponderada.
Fazê-la resolver os problemas ela própria. Não a ajudar até a situação ser mesmo desesperante.
Ensinar os filhos acerca dos sentimentos das outras pessoas, por exemplo, dizer-lhes como os outros se sentem quando são maus para eles.
Ensinar a criança a se comprometer e a pedir desculpa.
Atitude dominante
Uma atitude dominadora e de mandão. As crianças que têm este tipo de atitude tendem a mandar os outros fazer o que elas desejam ou como devem brincar. Estas crianças nunca conversam de forma educada e nunca ouvem os outros. Nunca pedem desculpa, ou fazem cedências.
Os pais podem:
Ensinar a criança como se comprometer ou negociar de forma educada.
Ensinar-lhe os valores da cooperação e a nunca deixar de a elogiar quando virem que a criança exibiu essas qualidades.
Morder
As crianças mordem umas às outras por inúmeras razões, por frustração, para chamar atenção, stress, para proteção, etc. Morder é um comportamento muito agressivo e um dos mais perigosos.
Os pais podem:
Antes de mais, os pais devem tentar saber qual o motivo que levou a criança a morder outra, e depois é que devem agir sobre esse motivo.
Ensinar, explicando aos seus filhos como a vítima da mordedura sofreu.
Exigir
Algumas crianças não sabem pedir, apenas exigir, sendo inflexíveis nas suas exigências.
Os pais podem:
Tentar elevar os valores da empatia na criança.
Ser severos na atitude de que a exigência não será encorajada nem tolerada.
Dizer aos filhos quais são os seus limites e aconselhá-los a não os ultrapassar.
Gabar-se
Esta é uma qualidade de exibição nas crianças. É uma parte engraçada enquanto as crianças são pequenas, mas quando começarem a crescer a coisa já não é a mesma. As crianças tendem a orgulhar-se das suas conquistas mesmo quando são de tenra idade. Os pais podem:
saber qual o motivo e agir de acordo com ele. Os motivos podem ser baixo estatuo social, louvar os atos alcoólicos dos pais, etc...
Os pais podem:
Parar de elogiar pequenas atitudes dos seus filhos como lavar os dentes, etc.
Encorajar os seus filhos a elogiarem outros pelos seus talentos e objetivos realizados.
Quando os seus filhos começarem a gabar-se, fale-lhes das habilidades de outras crianças, sem nunca os rebaixar.
Usar má linguagem ou maus gestos
Esta é uma característica muito vergonhosa nas crianças, pois ficam viciadas no uso de má linguagem e de gestos feios.
Os pais podem:
Parar de usar palavras feias, caso o façam. Sendo um exemplo para os filhos.
Explicar-lhes que o uso de palavras ou gestos feios podem provocar más reações nas outras pessoas, e que desta forma perdem o respeito das outras pessoas.
Não lhes permitir verem filmes ou TV que não sejam adequados à sua idade.
Explosão de mau humor
Os motivos que levam uma criança a ter um ataque de irritação são normalmente a frustração, a falta de atenção, etc. A explosão inclui normalmente gritos e choro.
Os pais podem:
Deixar de pedir à criança que faça algo que ela não consegue de facto fazer.
Ensinar a criança a expressar a sua frustração de uma forma educada.
Ensinar-lhe técnicas de relaxamento.
Tentar distraí-la durante o acesso de mau humor.
Não responder ao acesso de mau humor da criança, e levá-la para um local onde ela se possa acalmar.
Más maneiras
As más maneiras incluem, má educação, desrespeito, insolência, indelicadeza, etc. As crianças com más maneiras não respeitam os outros.
Os pais podem:
Ensinar-lhes boas maneiras.
Ensinar-lhes os valores da delicadeza e da boa educação.
Encorajar a criança a ter boas maneiras.
Ensinar a criança a receber e a tratar os convidados.
Mentir
As crianças por vezes mentem demasiadamente, levando outras crianças a não as respeitarem. Estas crianças não sentem remorso por mentirem.
Os pais podem:
Ser um exemplo de honestidade.
Tentar resolver os problemas que levam as crianças a mentirem.
Dizer-lhe que valoriza o seu caráter mais do que qualquer coisa, e introduzir a confiança na relação para que a criança possa ser honesta em qualquer situação.
Para uma criança ser honesta consigo, terá de o ser com ela também.
Medo
As crianças com medo não gostam de competições. Elas sentem dificuldade em enfrentar as situações, têm medo do escuro, medo dos animais, medo dos idosos. Elas sentem dificuldade em qualquer situação.
Os pais podem:
Não deixar a criança ver filmes violentos ou de terror.
Ser modelos de comportamento em termos de coragem.
Permitir à criança que ela fale dos seus problemas e tentar refletir sobre eles.
Abordagem negativa
Também conhecida com abordagem pessimista, as crianças tendem a pensar na forma de falhar. Estas crianças têm uma perspetiva de “Eu não consigo”; têm tendência a sonhar acordadas e a ter fantasias irrealistas.
Os pais podem:
Ser otimistas e dar o exemplo.
Contar à criança histórias inspiradoras de grandes pessoas para instaurar confiança na criança.
Aumentar a autoestima da criança.
Introvertida
Algumas crianças tendem a fechar-se e ficar à margem da companhia de outras crianças. Não se sentem confortáveis num grupo de crianças.
Os pais podem:
Ensinar-lhes a reduzir a ansiedade.
Tentar que a criança brinque com um grupo de crianças pequeno, e depois ir aumentando o grupo à medida que a criança se sente confortável.
Ensinar-lhes a relacionar-se com várias pessoas ao mesmo tempo, em grupo.
Motivar a criança a tomar parte das diversas competições, que podem ser benéficas para reduzir a timidez e evidenciar os seus talentos.
Encorajar a criança a tomar parte de jogos de grupo como futebol, voleibol, etc.
Fonte Folha.com
Por Samantha Sileman
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