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Suplementação de Vitaminas e Minerais Durante a Gestação. FALE COM SEU MÉDICO sempre!. Por Samantha Sileman

Um levantamento bibliográfico em bases de dados eletrônicas com o objetivo de identificar estudos nacionais e internacionais, que empregaram métodos de investigação dietética em gestantes foi realizado por Bertin et al (2006). Em vários estudos, o consumo de cálcio, ferro, fibras e folato foram inadequados (Giddens et al, 2000; Azevedo e Sampaio, 2003; Dunn et al, 1994; Barros et al, 2004). Outros estudos mostraram também consumo inadequado de magnésio, zinco, vitaminas B1, D e E (Giddens et al, 2000; Azevedo e Sampaio, 2003). A ingestão de vitaminas A e C atingiram ou até ultrapassaram os valores recomendados (Giddens et al, 2000; Azevedo e Sampaio, 2003; Barros et al, 2004).






Os micronutrientes são importantes para o organismo e quando estão deficientes podem trazer como conseqüência o desenvolvimento de anomalias no bebê, o aumento da incidência de partos prematuros, com recém-nascidos de baixo peso, maior morbidade perinatal, anemia materna, baixa qualidade da lactação e, em geral, a depleção das reservas nutricionais maternas (ALLEN).






Por outro lado, alguns micronutrientes em excesso, podem fazer mal. A vitamina A, por exemplo, quando em excesso, tem efeito teratogênico, causando anormalidades no feto. O excesso de outras vitaminas pode causar formação de cálculos de urato, calcificação óssea excessiva, cálculos renais anemia hemolítica, entre outros males. (CHAGAS, 2003).






Veja a função de cada micronutriente especificamente durante a gravidez:










Vitamina A






Importante para o crescimento e para o desenvolvimento do feto.






A suplementação é feita com o betacaroteno (Fairfield, 2003).






Deficiência: pode causar defeitos congênitos, morte fetal, parto prematuro, retardo de crescimento intra-uterino, baixo peso ao nascer e contribuir para uma baixa reserva do nutriente no RN.






Suplementação: mais experimentações são necessárias para determinar se os suplementos de vitamina A pode reduzir a mortalidade e morbidade maternas e por quais mecanismos resultaria esses efeitos. Em populações já anêmicas, a suplementação trouxe resultados benéficos, com a reversão de 35% do grupo em não-anêmicos (BROEK, 2002).






Excesso: podem provocar malformações fetais atribuídas a alterações no metabolismo do DNA (Cunningham, 2000; Ramalho,2002).










Vitamina C






Ainda não há dados suficientes que comprovem sua importância específica durante a gestação, mas a vitamina C é um antioxidante, promove a síntese de hormônios, ajuda na cicatrização das feridas e na absorção do ferro da dieta. (Fairfield, 2003)






Deficiência: Maior risco de infecções, ruptura prematura de membrana, parto prematuro e eclâmpsia (IOM 2000).






Suplementação: não é necessária, pois se alcança facilmente a recomendação com a dieta (Giddens et al, 2000; Azevedo e Sampaio, 2003; Barros et al, 2004).










Vitamina D






A Vitamina D tem a função de regular o metabolismo do cálcio e do fósforo, necessários ao bom desenvolvimento dos sistemas nervoso, muscular e imunológico. Essa vitamina pode ser adquirida através da dieta ou sintetizada na pele através de uma reação catalisada pela radiação (SARAIVA, 2007).


Suplementação: não há evidências para avaliar os efeitos do suplemento da vitamina D durante a gravidez (Mahomed, 1999).










Ácido Fólico






Atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos, na síntese de DNA e RNA, é vital para a divisão celular e síntese protéica. Evidências epidemiológicas e clínicas têm demonstrado que o folato está envolvido na prevenção dos defeitos do tubo neural (DTN) (LIMA, 2002).






Deficiência: maior chance de deslocamento de placenta, nascimento precoce, morte neonatal, baixo peso ao nascer, prematuridade, anemia megaloblástica e defeitos no tubo neural.






Suplementação: favorece aumento dos níveis de hemoglobina – prevenindo a anemia materna - e reduz o risco de defeitos no tubo neural. A suplementação deve ser feita em mulheres em idade fértil, ou no primeiro trimestre de gestação, pois a formação do tudo neural ocorre 3 semanas após a concecpção (Fairfield, 2003).






A recomendação de ácido fólico em grávidas é de 600 mcg (DRI 1998) de “Equivalentes de Folato Dietético” (ácido fólico ou folato), sendo que 400 mcg são derivados de suplementação e, o restante, da alimentação (BERG et al. 2001).










Ferro






Importância: Reduz o nascimento de bebês prematuros e com baixo peso, reduz o risco de morte materna no parto e no pós-parto imediato, melhora a resistência às infecções; melhora a capacidade de aprendizagem da criança e é fundamental para o crescimento saudável (CGPAN).






Deficiência: Anemia ferropriva que está associada a maior risco de mortalidade materna, menor resistência aos sangramentos do parto e puerpério, parto prematuro e baixo peso ao nascer (UNICEF, 1998).






Suplementação: aumenta os níveis de hemoglobina, prevenindo-se a anemia materna. (INGRAM, 2006). Os suplementos são comprimidos de sulfato ferroso em cartelas e deve ser consumidos diariamente (Ministério da Saúde).






A OMS recomenda que todas as gestantes, independente da presença de deficiências dietéticas ou bioquímicas, devem receber dose profilática de ferro na quantidade de 30 a 40 mg durante todo o terceiro trimestre.










Cálcio






Importante na garantia da formação de estrutura óssea e dentária do feto.






Deficiência: durante a gestação e especialmente no período de amamentação pode levar a retirada do cálcio dos ossos da mãe para suprir as necessidades de formação do feto e para a produção de leite. Se o bebê diminuir as reservas de cálcio da mãe, ela pode ter futuramente osteoporose, perdas de dentes e cáries (ROCHA, 2005).






Suplementação: previne a hipertensão arterial e a pré-eclâmpsia, nas populações de risco ou com deficiência nutricional deste mineral. Entretanto, ainda não há evidência a respeito da dose mais adequada e de outros desfechos maternos e fetais. Vale lembrar que a recomendação de cálcio é facilmente alcançada com a dieta, consumindo-se 3 porções do grupo de laticínios (leite, queijo, iogurte) (CALDERON, 2006).






Podemos concluir que:






A suplementação se torna necessária em populações de risco ou em gestantes que já apresentam deficiência de algum micronutriente.






A suplementação de ferro e ácido fólico tem demonstrado eficiência quanto ao risco de anemia e defeitos no tubo neural.






A suplementação de ferro e ácido fólico apresenta melhores resultados que a suplementação com múltiplos micronutrientes (Haider, 2006).



Um comentário:

  1. Senti na gravidez que perdia muitos cabelos e minha pele sem brilho e minhas unhas bem fracas que vitamina terei que tomar?

    Marta -Cambúci

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