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Surdez infantil...Do rastreio ao tratamento

A 26 de Setembro comemora-se o Dia Mundial do Surdo. Para assinalar a data, damos destaque nesta edição a esta anomalia congénita que está presente em dois a quatro de cada 1000 recém-nascidos, com diferentes graus de severidade (de ligeira a profunda ou total). Conheça os sinais de alerta e as recomendações dos especialistas.






As formas de surdez reversíveis podem conduzir a uma recuperação completa com o tratamento adequado






O nascimento de uma criança com deficit auditivo é sempre um acontecimento de enorme apreensão para uma família mas que deve ser analisado com toda a atenção. Acima de tudo, é fundamental explicar que “a surdez não é uma deficiência intelectual e que essa criança seguirá um programa de acompanhamento e as intervenções terapêuticas que lhe permitirão a integração com sucesso numa sociedade maioritariamente estruturada para os ouvintes”, esclarece o otorrinolaringologista Fernando Vilhena de Mendonça. Destaque para o papel da família na estimulação sensorial, na aprendizagem das técnicas de desenvolvimento e acima de tudo é importante esclarecer quais as diferentes alternativas que a ciência e a tecnologia disponibilizam para melhorar essa condição. “Apesar de, no nosso país ainda nos encontrarmos muito longe da satisfação das necessidades, existem diferentes estruturas que apoiam e orientam o desenvolvimento destas crianças. Destacam-se as Unidades de Surdos (US) e as instituições públicas – que têm como objectivo apoiar as crianças surdas em idade escolar, facultando-lhes apoio pedagógico, terapia da fala, promovendo também o ensino da língua gestual portuguesa, a língua oficial do surdo”, adianta o especialista.






Sinais de alerta


Podem surgir sintomas a que os pais devem estar atentos, como por exemplo, “a pouca reactividade ao som, a diminuição da frequência do palrar ou da sua entoação depois dos seis meses, o atraso no desenvolvimento da linguagem, o pedir para repetir (“Oquê? Ãh?”), colocar o volume da TV muito alto, ter discurso difícil de entender pelos pais aos três anos ou para desconhecidos aos quatro”, salienta Filipe Glória e Silva. Os pais são quem melhor conhece as crianças e as suas suspeitas devem ser sempre levadas a sério. E porque as boas notícias devem ser destacadas, saiba que “a maioria dos défices auditivos em crianças é benigna e transitória, estando relacionados com otites seromucosas recorrentes e são geralmente tratáveis e reversíveis. A surdez neurossensorial, afectando a parte mais sensível do aparelho auditivo, é mais rara mas é, em geral, irreversível e, nos casos severos, tem grandes repercussões na vida da criança. ” 50 % dos casos de surdez irreversível são hereditários, havendo outros casos que resultam de infecções no útero materno como a rubéola. “Outras situações resultam de infecções como a meningite, as infecções virais e os medicamentos tóxicos para o ouvido”, adianta o otorrinolaringologista. As crianças prematuras e de baixo peso, têm maior risco de sofrer de surdez irreversível.


“Uma boa audição é essencial para o desenvolvimento equilibrado da cognição, da oralidade da língua, da escrita e do relacionamento social e afectivo da criança”

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