A manutenção da saúde bucal depende de visitas periódicas ao dentista, mas nem sempre a situação é confortável para crianças e adolescentes, ainda mais quando são portadores de necessidades especiais. O que muitos pais não sabem, no entanto, é que, para proporcionar melhor atendimento, bem-estar e segurança, os procedimentos odontológicos podem ser realizados no ambiente hospitalar com sedação e por um profissional especializado nesses pacientes.
De acordo com a odontopediatra Mirian Schmidt, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, que atende pacientes com necessidade especiais há 15 anos, atendimento diferenciado não só evita o estresse da cadeira do dentista, como permite um tratamento mais completo – já que a maioria desses pacientes não aceita ou permite a intervenção do dentista, no consultório, por medo ou devido às limitações impostas por sua própria condição.
Para dar conforto e realizar o procedimento necessário, o odontopediatra conta com a ajuda de um anestesista, que controla e aplica a sedação. “Crianças com necessidade especiais, muitas vezes, não conseguem nem fazer uma higienização correta. Nesses casos, a sedação é um recurso aplicável, única forma de realizar desde os procedimentos mais simples até os mais complexos”, esclarece a especialista.
Embora as intervenções desses pacientes especiais siga o padrão convencional, a abordagem e o relacionamento do dentista com essas crianças requerem atenção especial. “Já tive casos de pacientes que levaram meses para entrar na minha sala no consultório, outros só aceitaram se sentar na cadeira para primeira consulta após semanas de contato. Essas situações são comuns no nosso dia a dia, por isso sempre falo para os pais que eles não devem ficar sem jeito. Pelo contrário. É preciso respeitar essas crianças e dar tempo para que se sintam à vontade com o profissional e com o ambiente”, argumenta Mirian.
Segundo a odontopediatra, pacientes com necessidades especiais podem estranhar desde as luzes da sala do dentista, passando pela cadeira que se movimenta, até os barulhos dos aparelhos. “Além disso, nem todas essas crianças e adolescentes têm controle do corpo, por isso podem apresentar movimentos involuntários durante a consulta odontológica. Daí a importância da sedação”, conclui.
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