O sonho de um bebê e de uma família, tão popular entre as mulheres, é um pouco mais complicado para alguns casais. A infertilidade atinge um em cada cinco, impossibilitando a gravidez. A probabilidade de ser infértil é, em média, a mesma entre homens e mulheres. Daqueles casais que não conseguem ter filhos, 40% têm dificuldade por causa delas, 40% por causa deles e os outros 20% por causa dos dois. "Um casal pode ser chamado de infértil quando está mantendo relações sexuais frequentes sem o uso de métodos contraceptivos há mais de um ano e ainda não conseguiu engravidar", explica Armindo Dias Teixeira, ginecologista e obstetra especializado em reprodução humana. Essa é a hora de procurar ajuda profissional.
O diagnóstico é feito a partir do histórico da paciente e de exames laboratoriais como o de sangue e ultrassom dos ovários. Para a mulher, os médicos procuram descobrir como está sua ovulação. Ela deve produzir óvulos todos os meses. Teixeira explica que a infertilidade feminina pode ser resultado de diversos fatores. Dessa maneira, o tratamento varia de caso para caso.
Principais causas
Distúrbios hormonais
Problemas de ovulação causados por distúrbios hormonais são uma das causas mais recorrentes. A paciente pode deixar de produzir óvulos, o que caracteriza a anovulação, ou então produzi-los inaptos para a fecundação. Ciclos menstruais irregulares ou falta de menstruação são sinais do problema e devem alertar as mulheres. Nestes casos, a melhor saída é a utilização de medicamentos que estimulem os hormônios e a ovulação.
Endometriose
A endometriose também diminui as possibilidades de uma gravidez. Pedaços do tecido que reveste o interior uterino se desprendem durante a menstruação e acabam se alojando nas regiões pélvicas e abdominais. Quando a endometriose causa aderência nas trompas ou então as obstrui, a gravidez é dificultada. Além de impedir uma gestação, também causa fortes dores às pacientes.
A aderência das trompas, aliás, é outra grande culpada pela infertilidade feminina. Não é causada apenas pela endometriose, mas também por cirurgias ou infecções. O tratamento mais comum para o fim da doença é a cirurgia, que geralmente vem aliada ao tratamento com hormônios. Mas é importante entender que a endometriose impede a mulher de fecundar um embrião, mas não de levar uma gestação para frente.
Alterações no muco vaginal
Elas podem impedir que o esperma penetre e chegue às trompas e são outra causa comum de infertilidade. A inseminação artificial é a melhor maneira de se conseguir uma gravidez nesta situação. O espermatozoide é inserido dentro do útero feminino por meio de um cateter. A partir daí, a fecundação acontece como a tradicional.
A mulher também sempre pode optar pela fertilização in vitro. Ela também é a mais indicada para quem tem aderência ou obstrução das trompas. O método estimula a produção de mais óvulos, que serão retirados por meio de uma pulsão e fertilizados em laboratório pelo espermatozoide do parceiro. Geralmente, são implantados de um a quatro embriões no útero da mulher. O sucesso da gravidez vai depender do embrião e da idade da mãe. Quanto mais velha, mais difícil fica. No entanto, é comum que casais acabem dando à luz a mais de um bebê.
Gravidez e câncer
Uma das maiores preocupações da mulher ao ser diagnosticada com uma doença como o câncer é a sua fertilidade. Muitos tratamentos são tão agressivos que podem prejudicar o sistema reprodutivo. Hoje em dia, no entanto, é possível se tratar preservando a fertilidade e a possibilidade de uma gravidez futura.
"Dependendo do tipo de tumor, é possível combinar remédios menos invasivos", afirma Joji Ueno, diretor da Clínica Geral de São Paulo. Em casos mais graves, onde a fertilidade da paciente não pode ser preservada, Ueno indica que a mulher congele fragmentos de seu ovário. Posteriormente, eles são reimplantados na paciente, que passa a ovular mesmo após ter passado por tratamentos de quimioterapia ou radioterapia.
A importância da terapia
A dificuldade em ter filhos, na maioria das vezes, vem acompanhada por muita ansiedade e instabilidade na vida conjugal. Mas é importante ressaltar que a infertilidade não é culpa do homem ou da mulher. Independentemente de quem tenha a dificuldade, o problema é de ambos. A própria palavra "culpa" é muito pesada. Ela deve ser evitada, ainda mais quando o casal já está sensibilizado com a situação.
Paulo Tessarioli, psicólogo especialista em sexualidade humana, acha que o casal deve procurar ajuda assim que descobre a dificuldade em engravidar. "Buscar apoio é uma boa ação para ambos. A mulher, ou até mesmo o homem, não pode carregar o peso dessa dificuldade sem compartilhar", esclarece. A terapia costuma ser feita em sessões conjuntas e individuais e ajuda os casais a ultrapassarem essa fase difícil. Com ajuda profissional e, especialmente, muita união e compreensão entre os futuros pais, é mais fácil de superar a espera pelo bebê. Depois, é só comprar o enxoval!
Mudança de hábitos
As indicações abaixo valem para todo mundo, independente do que está causando a infertilidade.
Fumar e ingerir bebidas alcoólicas é proibido
Os quilos extras são uns dos principais vilões para quem quer um bebê. "A mulher deve fazer de tudo para não ficar com sobrepeso", diz o ginecologista Armindo Teixeira.
Com uma dieta equilibrada e com o costume da prática de exercícios, o corpo da mulher fica saudável e pronto para hospedar um bebê.
A nutróloga Elisa Cattapan (SP) indica o óleo de prímula para as aspirantes a mamãe. Segundo ela, é possível aumentar a ovulação incluindo o óleo na dieta.
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