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Quando o Bebê começa a pronunciar os primeiros sons...Papá ou Mamã Show!

Quando o nenê começa a pronunciar os primeiros sons, a ansiedade dos pais para ouvir o primeiro “Papá” ou “Mamã” é inevitável. Mas é importante lembrar de que as conversas com os pequenos devem começar bem antes das primeiras palavras, pois os pais têm papel fundamental no desenvolvimento da comunicação do bebê. A atenção com a fala, principal meio de interação com o mundo, deve começar cedo. Os pais devem acompanhar o desenvolvimento, estimular a comunicação, e observar as possíveis alterações.


É preciso saber


O sistema fonético e o fonológico são adquiridos gradativamente até os quatro anos de idade, aproximadamente. Os pais precisam participar, acompanhar, e observar cada fase do bebê. Para tanto, é importante que conheçam os padrões de normalidade do desenvolvimento da fala e da linguagem das crianças. Viviane Fontes, fonoaudióloga da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e especialista em Audiologia, explica de maneira simplificada: “Entre 1 ano e 1 ano e meio, a criança se comunica com palavras soltas, e já consegue imitar o que é dito. Com dois, é capaz de formar frases de estrutura simples. Entre 3 e 4 anos, ela está apta a se comunicar e a nomear diversas coisas, apresentando poucas trocas, omissões ou distorções em seu discurso verbal”.


A partir dos quatro anos e meio, a criança deve ter adquirido todos os fonemas da língua portuguesa, ou seja, deve falar corretamente sem nenhum tipo de erro no discurso. “Quando a criança não tem o perfil da fala compatível com a sua faixa etária, é importante levá-la a uma avaliação fonoaudiológica. Desta forma, é possível fazer uma intervenção precoce, para que o problema seja solucionado o mais breve possível, e não chegue a comprometer o desenvolvimento e a socialização da criança”, orienta Viviane. Ainda conforme a fonoaudióloga, quanto mais cedo o problema for identificado, mais rápido será o tratamento.


Incentivo desde os primeiros sons


O desenvolvimento da fala e da linguagem infantil está associado ao estímulo que é dado ao bebê. A interação, principalmente com os pais, deve começar assim que ele emitir os primeiros sons. “Para que a criança comece a falar, é necessário que ela tenha um modelo para imitar”, afirma Viviane, que ressalta, ainda, a importância de interagir: “Os pais devem sempre estimular a fala. Inicialmente, isso ocorre através da imitação de sons. Por exemplo, se o bebê pronunciar um ‘AAAA’, e a mamãe repetir o som, faz com que a criança tenha curiosidade de emiti-lo novamente”.


Segundo a fonoaudióloga, é importante que os pais estejam presentes nos diversos momentos do cotidiano da criança, como o banho, as refeições ou brincadeiras, e que todas as situações sejam propícias ao diálogo, mesmo que este seja formado apenas por imitações ou repetições de sons e palavras.


O processo de tentar e, aos poucos, conseguir imitar os sons faz parte do amadurecimento e da coordenação dos órgãos fonoarticulatórios. “Dessa forma, o bebê vai memorizando e verbalizando todos os sons até conseguir imitar a pronúncia das palavras. Incentive seu filho narrando tudo o que estiver acontecendo no momento, brincando com os sons, mostrando a boca e sua forma de articular, por exemplo. Tudo isso serve de estímulo, e a criança certamente tentará imitar”, completa Viviane.


Para não errar!


A participação dos pais é indispensável. Segundo a fonoaudióloga, o atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem é ocasionado, geralmente, pela falta de estímulo verbal com a criança. “A ausência de alguém próximo para ‘conversar’ com a criança diariamente, ou deixá-la sozinha por muito tempo, sem ninguém para interagir, pode prejudicar o processo”, alerta. Outro erro comum, de acordo com Viviane, é interpretar tudo o que bebê pronuncia sem deixar que ele se esforce para falar corretamente: “É preciso ficar atento, pois isso acontece muito com aqueles que convivem diariamente com a criança. O nenê diz ‘A’, e a pessoa já interpreta como se fosse água, atendendo ao pedido sem que ele realmente seja pronunciado”.


Esse comportamento pode causar um atraso de linguagem para o bebê. E o mesmo vale para os casos em que a criança simplesmente aponta os objetos. “É importante deixar o nenê falar. Se a pronúncia estiver errada, corrija dando o modelo correto da palavra, para que a criança seja estimulada a repetir da maneira certa”, ensina a fonoaudióloga. Falar todas as palavras no diminutivo ou de forma infantilizada também pode atrapalhar a fala da criança.


Assim como quando algo de errado for dito pelo nenê, é preciso evitar o riso: “Achar graça pode incentivar que a criança internalize o erro como acerto. Desta forma, ela vai repetir e assimilar a forma equivocada”. Mas os pais também não devem chegar ao outro extremo. O ideal é apenas dizer o correto para que a criança entenda. Qualquer tipo de repreensão é inadequado: “Discursos do tipo ‘Fale direito, menino!’ ou ‘Você fala tudo errado’ podem ocasionar uma baixa estima, provocando inibição na fala ou diminuição na comunicação verbal”. A criança precisa sentir-se importante, principalmente para os pais, para que ela tenha motivação ao se comunicar. Mostrar interesse pelo que está sendo dito pelo pequeno, dar atenção e carinho, é sempre muito importante.





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