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Uma criança que troca chocolate por maçã, batata frita por brócolis e refrigerante por suco é o sonho de toda mãe.

Mas até que ponto dá para proteger a garotada dos produtos ofertados por aí? São tantos bolinhos, bisnaguinhas, hambúrgueres, biscoitos recheados e balas que parece uma tarefa irrealizável. Não é. Dá para manter uma criança livre dessas interferências, como explica o pediatra Andre Bressan. "É plenamente possível, mas bem difícil. Afinal, esses alimentos fazem parte do dia a dia e podem gerar uma pressão familiar para o consumo".







Industrializados, refrigerantes, doces e frituras são alguns dos itens proibidos na casa de Rafael, de 6 anos. O cardápio cuidadosamente montado pela sua mãe, Ana Vieira, é recheado de verduras, legumes e frutas colhidos no quintal de casa. Mesmo com o corre-corre diário, a arquiteta encontra tempo para cuidar de uma horta e um pequeno pomar. Assim, pode garantir alimentos sem agrotóxicos para a família. Pensa que o menino reclama? Que nada! "Além de ele adorar saladas e todo tipo de fruta, incentiva os amiguinhos a provarem. Um dia a mãe de um deles me telefonou perguntando o que o Rafael havia levado para a merenda, pois o filho dela tinha provado e pediu que ela comprasse. Era pera", conta.






Alimentos integrais ou orgânicos estão liberados e é muito importante que a criança tenha acesso à melhor alimentação possível. Porém, seu pequeno não deve achar a hora da refeição um sofrimento. "Se a criança fica ansiosa porque os amiguinhos comem batata frita ou hambúrguer - que são gostosos - e não se convence com seus argumentos, não vale o sofrimento dela. Esses alimentos não são pecados, só não devem ser a regra", orienta o médico.






A ingestão de carne é outro ponto bastante discutido. Apesar da recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria de que sejam incluídos nas refeições ingredientes que fazem parte da pirâmide alimentar, pais vegetarianos normalmente não introduzem o alimento no cardápio infantil. "Eles não são vegetarianos apenas por uma questão de melhor alimentação, mas por filosofia de vida. E devem estar cientes que isto pode, sim, trazer déficits alimentares para seus filhos", alerta o Dr. Bressan. Essas deficiências são, principalmente, de ferro e vitamina B12.






É fato que o ferro presente nos vegetais não é tão absorvido quanto o ferro encontrado nas carnes. A criança pode, então, desenvolver anemia e ter sua cognição prejudicada. Mas nem mesmo essa comprovação fez com que Mariana Amaral, vegetariana há dez anos, incluísse um bifinho na alimentação de Ana Luiza. A menina, de 7 anos, nunca comeu carne e precisa fazer complementação prescrita pelo pediatra. "Ela sabe que não comemos os bichinhos e, por isso, não pede e nem olha com vontade em um restaurante, por exemplo", conta a mãe.






Pais mais radicais chegam a protelar a inserção de leite, ovos e outros alimentos por medo de doenças ou infecções. Segundo o Dr. Andre Bressan, isso não faz sentido. "Há algumas recomendações sobre a hora correta de incluir alguns alimentos como clara de ovo, peixe, mel e leite integral. Não precisam ser protelados por medo, mas introduzidos na época correta por entendimento", esclarece. Doenças como osteoporose podem começar na infância. A falta do leite e de seus derivados leva à deficiência de cálcio, extremamente importante para os ossos.

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