Como num passe de mágica, o Diabetes pode aparecer no pré-natal
Ele chega silencioso, participa da gestação e pode trazer complicações. Atenção, futuras mamães! Muito cuidado com os carboidratos. Nada de exageros. Alimentação balanceada e atividades físicas monitoradas são ótimas dicas para ficar longe do assombroso Diabetes na Gestação.
Incluídas no grupo de risco, as mulheres que nunca tiveram, nessa fase, podem ter. Também conhecida como intolerância à glicose, o diabetes gestacional é doença específica do período gravídico que se desenvolve devido a uma quantidade insuficiente de insulina na mãe para o aumento de sua resistência.
Segundo a endocrinologista do Hospital e Maternidade São Luiz, Dra. Fernanda Brandão Uliana Pulzi, a principal suspeita do Diabetes Gestacional é a alteração no desenvolvimento fetal, como aumento do líquido amniótico e feto grande para a idade gestacional. “Já os sintomas maternos comuns são: aumento da sede, do apetite e do volume urinário, fraqueza, sonolência e indisposição, porém, na maioria das vezes, não há sintomas.”
Para diagnosticar o problema, o acompanhamento do pré-natal é fundamental. “O rastreamento é realizado com glicemia de jejum na primeira consulta. Conforme o resultado, é necessário fazer também o teste oral de tolerância à glicose”, alerta Dra. Fernanda.
É importante lembrar que os exames devem ser repetidos entre a 24ª e 28ª semana de gestação, já que o aumento da resistência à insulina ocorre, geralmente, a partir deste período. “A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas fundamental para manter normal a glicemia (açúcar no sangue). Durante a gravidez ocorre aumento da resistência à ação da insulina e da necessidade de produção deste hormônio pelo pâncreas como forma de compensação. Quando a produção não aumenta o suficiente, acontece o aumento da glicemia e diabetes gestacional”, explica a endocrinologista.
O% açúcar
Não cuidar do problema pode trazer sérias complicações maternas, como hipertensão arterial, pré-eclâmpsia (hipertensão associada à perda de proteína na urina) e eclâmpsia (hipertensão associado a convulsões com necessidade de interrupção da gestação), que indiretamente causam sofrimento ao bebê. E que, consequentemente, fazem com que as gestantes diabéticas tenham maior índice de parto cesárea.
Paralelo ao acompanhamento médico, é indicado que a futura mamãe reestruture o cardápio. Conforme a especialista, o segredo é não deixar de comer. “A dieta deve ser fracionada e não ultrapassar jejum de quatro horas. Os alimentos devem apresentar adequado valor nutritivo, porém com a ingestão de carboidrato, sal e gordura saturada controlados”, orienta.
Ainda segundo Dra. Fernanda, geralmente o valor calórico diário é dividido em seis refeições. “É indicado a orientação de profissionais especializados para elaborar o plano alimentar de acordo com a necessidade de cada gestante, baseado no seu índice de massa corporal (IMC), exercícios físicos, padrão de crescimento fetal e necessidade de prevenir excesso de ganho de peso.”
Nasceu
Mesmo sendo característica da gestação, para garantir a saúde da mãe e do bebê no pós-parto as medidas preventivas devem continuar. Já que mais de 30% das mulheres com diabetes gestacional desenvolvem Diabetes Mellitus (popularmente conhecida por diabetes), de cinco a 10 anos após o parto. Retornar ao peso adequado e as atividades físicas e manter a boa alimentação, com acompanhamento médico, são as dicas da endocrinologista.
A saúde do pequeno também precisa ser preservada. A preocupação das mamães é se o problema pode ser hereditário. “Filhos de mães diabéticas apresentam maior risco de intolerância à glicose no futuro, porém o tratamento efetivo e vigilância constante da mãe e do feto, além de bons hábitos alimentares e exercícios físicos desde a infância reduzem o risco desta evolução”, esclarece a médica. E completa: “o diabetes neonatal, que ocorre no recém-nascido até o sexto mês de vida, é raro, de causa genética e não está relacionado ao diabetes gestacional”.
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