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E se fosse você, Papai?

Aumento de peso, enjoo, alteração no sono e apetite não são sintomas exclusivos da mulher durante a gravidez, mas os papais, por sua vez, também podem sofrê-los. Fica fácil perceber as diferenças das responsabilidades masculinas e femininas no processo gestacional, já que o papai não sente os chutes na barriga, as dores do parto e não tem a oportunidade de amamentar seu pequeno. Entretanto, não deve se sentir excluído ou menos favorecido, pois há diversos caminhos para fortificar essa relação paterna de maneira saudável.






O chefe do serviço de psiquiatria do Hospital e Maternidade São Luiz, Dr. Ivan Morao Dias, explica que o excesso de desejo em cumprir as funções da mulher pode causar um conjunto de sintomas físicos e psicológicos semelhantes e simultâneos aos da gestante, conhecido por Síndrome de Couvade. “É comum os pais vivenciarem as mesmas sensações da companheira, inclusive, as náuseas e até os desejos. É uma forma de exposição do homem para lidar com as inseguranças, ciúme, medo, exclusão, ou seja, seus conflitos nessa fase de transição”, diz.






Essa suposta inversão dos papéis pode parecer engraçada, romântica ou, até, cumplicidade com a parceira, mas em contrapartida pode se tornar um problema para o casal e também para o bebê. Pesquisas afirmam que a mente é a grande vilã dessas manifestações físicas masculinas. “Por isso, é importante lembrar que o pré-natal serve também para orientar o pai sobre seus comportamentos. O homem precisa de preparação e apoio emocional para encarar os novos papéis frente à chegada do novo membro da família”, aconselha o especialista.






Para a mulher esse momento é recheado de sensibilidade e de muitas transformações. Ter a figura masculina do seu lado é sinal de acolhimento e proteção. “O verdadeiro pai deve participar como pai e não como simulacro da mãe. Mais do que o envolvimento comportamental - acompanhar nas consultas médicas e fazer a compra do enxoval - o pai precisa estar envolvido emocionalmente com a gestante. Dar apoio, proteção, passar segurança, ajudar nas suas limitações e não negar uma boa massagem. A dica é estar sempre por perto.” ressalta Dr. Dias.






Cumprida a missão da gestação é hora do papai decidir se vai ou não assistir ao parto. “O importante é que o homem sinta-se à vontade para ficar no local, já que estamos falando de um ambiente cirúrgico. Não é exagero afirmar que a presença do papai é um grande suporte emocional para a mulher. Mas, se falta estrutura é melhor não atrapalhar. Não será essa ocasião que determinará ser o melhor pai do mundo”, finaliza o especialista.






Dicas para ser um paizão na gestação:


* Converse com a gestante. Entenda como ela está se sentindo em cada período da gestação e tente confortá-la quando se sentir insegura.


* Faça massagens nos pés e mãos da futura mamãe.


* Passe hidratante na barriga da mamãe e converse com o bebê.


* Vá ao maior número de consultas médicas que puder.


* Participe da compra do enxoval e da arrumação do quartinho do bebê. Dê suas opiniões, ajude a preparar o ninho do seu pequeno.


* Seja sempre o porto seguro emocional da mulher durante a gestação.

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