Perguntei, então, ao meu cabeleireiro se a história era verdade: se eu cortá-los ficarão mais fortes? “Sim e cabeleireiro de bebê é a mãe”. Fiquei com essa frase na cabeça. Lembro que quando eu era criança, minha mãe cortava meus cabelos. No dia do corte, eu ficava só de calcinha, sentava num banquinho, ela forrava o chão de jornal, se munia de uma tesoura e de um pente e picotava aqui e ali. E eu saia, toda faceira, me achando linda, linda.
Então, munida agora de uma certa coragem, enquanto a Clarinha estava molhada do banho, peguei uma tesoura –dessas de cortar papel, com ponta arredondada—e fui aparando os fios. Acerta dali, acerta daqui. Deixei tudo mais equilibrado e fiquei toda feliz em ver aqueles fios molhados entre os meus dedos. Eram os cabelos da minha filha.
Ela ficou quietinha o tempo todo, sentada, brincando, sem entender o que estava acontecendo. Quando terminei, sequei-a, olhei pra ela e disse: “Filha, você está linda!”. E tasquei um beijo naquela bochecha macia. Ela riu, sem entender muito o que acontecia.
Esse foi o meu melhor presente de Dia das Mães: a lembrança do primeiro corte de cabelos da Clara. Lembrança que vou guardar com carinho. Mas só lembrança, porque os fios se foram. Não fiz questão de guardá-los. E o Dia das Mães de vocês, como foi? Beijos, Ana.
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