Essa semana, brincando de esconde esconde com o pai, Lucas tropeçou e foi de cara na quina da parede. Tadinho… chorou, chorou, chorou. E enquanto Mauricio o consolava no colo, percebeu que o nariz e a boca do Lucas estavam sangrando bastante. Daí ele gelou.
Eu estou acostumada com os tombos do Lucas. Então, nem fico em sobressaltos quando ouço a sequência gargalhadas-barulho de tombo seco-choro. Só que dessa vez, ouvi do Maurício a seguinte frase: ‘ele está sangrando’. Pulei do sofá e vi o Lucas com bastante sangue na altura do lábio superior e a camisa do pai toda suja também. Fiquei bem aflita e nosso instinto foi levá-lo ao banheiro, lavar o rosto dele e, assim, perceber onde havia sido o estrago. Ele, claro, só chorava. Tudo limpo, conseguimos ver que os dentes estavam intactos e o nariz também. Parece que foi um corte porque o lábio superior dele ficou bem inchado rapidinho. Tentamos colocar gelo, mas ele não deixava.
Nisso, a Clara, que já estava dormindo, acordou chorando. E não consegui mantê-la no berço. Não sei se ela ficou assustada com o barulho do choro incessante do irmão. Precisei, então, levá-la para vê-lo e lhe contei que o irmão havia feito um dodói. Então, ela saiu caminhando pela casa a procura do celular de brinquedo. Pegou o acessório e deu para o Lucas –o brinquedo é cobiçado por ambos. Acho que esse foi o jeito dela de tentar acalmá-lo.
Com a boca inchada, Lucas demorou para dormir. Foi preciso muito carinho do pai –a Clara se manteve no meu colo esperando o irmão melhorar. Quando, finalmente, os dois foram dormir, meu marido comentou comigo que estava muito chateado com o que aconteceu. “O Lucas se machucou por minha causa”. É claro que não foi por causa dele. Foi um acidente. O Lucas ainda não tem a coordenação motora tão afinada assim e, de vez em quando, cai mesmo. Consolei dizendo “ter filho menino é assim mesmo. Esse tombo foi o primeiro de muitos que virão”. Só espero que de tombo em tombo, de travessura em travessura, ele não se machuque demais. O coração da gente fica muito aflito. Mas, de certa maneira, eu e o Maurício ficamos bem orgulhosos de nós mesmos. Apesar de todo o sangue, da boca inchada e do choro sem fim, a gente se manteve calmo e com a cabeça no lugar. E, convenhamos, a gente nunca sabe como vai reagir diante de uma situação assim. Ver o filho sentindo dor, machucado, definitivamente, não é nada bom. Beijos, Ana
Meu Deus, parece que esse texto caiu do céu para me tranquilizar. Tô muito mal, aconteceu com meu baby, hoje caiu ali bem na minha frente de cara para o chão, sangue,sangue e muito choro. Mas ao contrário, eu e meu marido perdemos a cabeça naquele jogo de culpa.Um dia para esquecer e para aprender.
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