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Tristeza ou depressão pós-parto? Por: Samantha Sileman

Às vezes, é difícil determinar a linha divisória entre a normalidade e a patologia, no caso da depressão pós parto.


A depressão pós-parto tende a ser mais intensa quando há uma quebra muito grande da expectativa em relação ao bebé, a si própria como mãe, e ao tipo de relação que se estabelece com a presença do filho.


Tendo em conta todas alterações emocionais associadas ao período pós-parto é fácil de compreender que haja uma fase em que o humor pode ser depressivo.






Esta é uma fase comum e normalmente breve, podendo, no entanto, dar origem a uma verdadeira depressão pós-parto, o que é mais raro, mas também muito mais grave, incapacitante e duradouro.






A depressão pós-parto envolve profunda tristeza, choro, irritabilidade, cansaço e abatimento.






É essencial que se ajude a mãe a ultrapassar a fase, para que esta seja de facto curta e sem consequências graves para mãe e filho, uma vez que pode ser um factor que dificulta o estabelecimento de um vínculo afectivo seguro entre mãe e filho, podendo interferir nas futuras relações interpessoais estabelecidas pela criança






São muitas as alterações que justificam o aparecimento da depressão pós-parto:






- Alterações hormonais relacionadas com o fim do período de gravidez;


- Dificuldades e debilidade física que a mulher pode apresentar no parto e na sua recuperação;


- Percepção da fragilidade que a mulher pode ter em relação ao recém-nascido, em especial se o caso envolver problemas de saúde, fragilidade física ou diagnósticos médicos inesperados e irreversíveis;


- Alteração de rotinas quotidianas (e muito acrescidas) tendo impacto no seu sono, cuidados pessoais, alimentação e em tudo à sua volta;


- A novidade de ser mãe traz ansiedade em relação à sua capacidade de resposta e insegurança em relação ao quanto será competente e suficiente para um novo ser tão frágil.


Repensar o relacionamento


Por outro lado, esta é uma fase em que, pela nova experiência de ser mãe, se revive a um nível muito profundo a experiência de ser filha, o que pode ter um impacto muito negativo se o relacionamento mais precoce com a sua mãe não tiver sido sentido como algo seguro, repleto de amor, carinho, conforto e confiança.






Mesmo a relação de casal pode ser repensada e se a mulher fizer uma avaliação negativa do que tem sido a vida conjugal, se houver uma quebra nas expectativas iniciais, se a relação for sentida como insatisfatória e frustrante, temos mais um factor potenciador de depressão pós-parto.






Por outro lado, pode haver um afastamento do convívio social e da actividade profissional, implicando perdas afectivas, mas também de decréscimo do seu investimento profissional e da sua realização em relação à carreira.






Paralelamente, muitas vezes, após o parto, uma das perguntas que as recém-mamãs mais ouvem diz respeito a quantos quilos ganharam ou já perderam.






A frustração natural de não ter o mesmo corpo de antes, tende a aumentar quando se têm como modelos as estrelas de cinema que conseguem voltar a ter o mesmo «corpinho» de antes, duas ou três semanas após o parto.






Estão patentes na imprensa cor-de-rosa inúmeros exemplos de figuras públicas que acabaram de ser mães e que, passado pouco tempo, regressam à sua vida pública numa fantástica forma física e com uma silhueta invejável.






Numa sociedade onde o ideal de beleza passa muitas vezes pela magreza, os seis meses a um ano considerados pelos especialistas necessários para voltar a ter o corpo que se tinha antes de engravidar parece uma eternidade...






A realidade é que é impossível recuperar num abrir e fechar de olhos, a não ser que se passem todos os dias horas a fio no ginásio, que se paguem tratamentos estéticos sofisticados em e que se tenha o acompanhamento de um nutricionista.







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