O aparelho permite que a gestante fortaleça a região e evite cortes desnecessários na hora do parto
O Departamento de Obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) desenvolveu um aparelho que mede a elasticidade do períneo (região entre a vagina e o ânus) de gestantes. O equipamento – o primeiro no mundo criado para essa finalidade – permitirá ao obstetra avaliar com mais segurança a necessidade de uma episiotomia, corte na região realizado durante o parto normal para facilitar a passagem do bebê e evitar uma possível laceração (quando o bebê rompe). O corte pode causar demora na retomada da vida sexual, incontinência urinária e dificuldade de movimentação.
A medição poderá acontecer no terceiro trimestre de gestação. Se for constatada rigidez no períneo que possa prejudicar o parto normal, o médico indicará exercícios e massagens para melhorar a elasticidade e fortalecer a região.
Para desenvolver o modelo, a fisioterapeuta da Unifesp Miriam Zanetti e a obstetra Mary Nakamura, conduziram um estudo com 227 gestantes usando um aparelho alemão que tem a finalidade de melhorar a elasticidade da região. Miriam fez a adaptação para o novo aparelho em parceria com obstetras. "Já testamos o protótipo em algumas gestantes, e o produto se mostrou eficaz. Hoje não existe método para avaliar se é preciso ou não fazer episiotomia. Quem decide é o médico", diz Miriam. Indica-se a episiotomia quando o período expulsivo se torna muito prolongado, há sofrimento fetal, é indicado o uso de fórceps e quando o obstetra observa risco iminente de rompimento do períneo.
O novo aparelho vai ajudar o médico a tomar a decisão. Será de muito uso tanto para evitar episiotomias desnecessárias quanto para indicá-las e evitar lacerações graves.
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